terça-feira, 25 de dezembro de 2012


APESAR DE TUDO, MARIA O CARREGAVA EM SEU VENTRE

Por conta das querelas teológicas e políticas envolvendo católicos e protestantes, estes, com o passar dos séculos, parecem ter esquecido o testemunho de fé de Maria. De fato, dadas suas desavenças com os movimentos marianos, os protestantes ou os movimentos cristãos não católicos dirigem seu olhar a Maria com certa desconfiança, para não serem confundidos com aqueles.

Porém, devemos ressaltar que ainda que não comunguemos com os dogmas da Imaculada Conceição ou a Assunção, não podemos esquecer do grande testemunho de fé que Maia nos deixou. Para tano, basta corrermos as páginas dos Evangelhos para tão logo nos saltar aos olhos sua história de resignação.

Surpreendida pelo anúncio dado por Gabriel de que conceberia o Redentor, Maria sente-se confusa, haja vista ainda ser uma virgem. O anjo logo lhe conforta ao dizer que aquela obra seria uma ação do Espírito Santo, contrariando a via natural para um nascimento comum. Sem maiores hesitações, a virgem escolhida logo exclama: “Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1.38)

Doravante, até o nascimento de Cristo, não seriam poucos os padecimentos sobrevindos à Maria por conta daquela sua gravidez incomum. A primeira grande crise por ela enfrentada foi de caráter conjugal. José, seu esposo, assim que soube de sua gestação intentou abandoná-la. Para guardá-la dos impropérios daquela sociedade, e até mesmo de uma lapidação, José resolve fugir como que assumindo uma paternidade que não era sua. Advertido em sonhos por um anjo, ele logo retorna ao seio de sua amada (Mt 1.18-25).

Ora, não fosse o acolhimento de José, a virgem grávida correria grande risco de morte, já que a suposição de um adultério seria penalizada com o apedrejamento. Todavia, mesmo diante desse risco, Maria não hesita em abortar o filho que esperava nascer.

Ainda nos dias de Orígenes, filósofo cristão de Alexandria, em que viveu no século I, permite-nos ampliar a dimensão do quanto Maria sofreu por conta daquela sua gravidez. Incapaz de aceitar uma obra do Espírito Santo, a imaginação ímpia logo tratou de populariza a ideia de que Maria tivera um caso adulterino com um soldado romano chamado Pantera.

Enfim, ainda que tenha sofrido acusações que ofendiam suas virtudes morais; mesmo à iminência de perder seu esposo, seu filho e a própria vida, Maria cumpriu incondicionalmente aquilo que Deus havia proposto-lhe. Diante de todas as adversidades que lhe sobrevieram, Maria em momento algum pensou em abortar a criança que em seu ventre se encontrava.

Quantas lições não aprendemos com ela! Ora, por muito menos ensaiamos abandonar nossa fé e abortar de nossa alma o Cristo que lá habita. Diante dos desconfortos que julgamos ser decorrentes de nossa vida cristã, ameaçamos romper nossa relação com o Redentor, abandonando-o durante a caminhada. Retomemos o exemplo de Maria que, mesmo sob o peso de uma gestação que tantas consequências poderia trazer-lhe, não abortou o Cristo dentro de si. Que nesta noite de natalícia possamos renovar nossos votos de amor a Cristo, prometendo-lhe levá-lo em nossas almas ainda que as circunstâncias sejam as mais hostis.

 

Graça e Paz a todos, e um feliz Natal

 

Pr. Luis Claudio      

           

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